Independentes, articulados, polêmicos e surpreendentes. Direto de Fortaleza, Costa a Costa inova em ritmo e poesia e se destaca nacionalmente com agenda lotada e apresentações para diversos públicos. Confira entrevista com Don L.
Conta pra gente como é a cena no Ceará e como vocês se encaixam nela.
Don L - Não tem cena. O que a gente fez foi invadir a cena alheia. A gente tocava em evento de reggae, em boate de música eletrônica, em baile funk, festivais de música pop, música independente, festa de torcida organizada etc. Agora a gente faz nossos próprios shows, abre shows de grandes artistas... A gente tá se fortalecendo e vamo fazer muito barulho, pode botar fé. Mas isso é maior que Fortaleza, é pro Brasil e pro mundo !
A Mixtape "Dinheiro, sexo, drogas e violência de Costa a Costa" teve grande aceitação do público.
Fale um pouco do processo de distribuição dela pelo país.
Don L - A gente tem um selo, a DuNego Records. Começamos mandando os CDs pros parceiros venderem em suas cidades. Vendeu rápido. Espalhou de boca em boca, deu o que falar. Mil cópias foi rapidinho. Aí eu comecei a fazer mais CDs e procurar representantes em cada cidade do país pra além de vender os cd e shows, ganharem dinheiro com isso.
Quantas cópias estão nas ruas hoje?
Don L - Os CDs que a gente vende representam só uma pequena parcela do que é copiado por aí. A gente já prensou em média uns 5.500 Cd´s. Mas já tem pirata nos camelôs de algumas cidades. E eu disponibilizo de graça na internet. Então não tem como ter idéia de quantos CDs estão circulando por aí. Nosso myspace tem milhares de acessos toda semana.
Fale um pouco sobre a importância da abertura de novos públicos e a busca de articulações para a circulação da produção de vocês até aqui.
Don L - Nós participamos de alguns festivais e feiras de música independente. Mesmo assim, tenho liberdade pra dizer que não concordo com a maneira com que muitos trabalham. Acho a cena independente no Brasil muito amadora. Tem pouca interação entre os diversos setores. Mesmo assim é importante tá presente e ver como a coisa anda ou porque não tá andando.
Como vocês analisam o papel dos meios de comunicação para a circulação dos artistas independentes no Brasil?
Don L - É um pouco óbvio. Se você não é dono da Tam e do Holliday Inn, precisa ter, no mínimo, um nome pra circular por aí. Pra isso precisa de divulgação. Televisão e rádio ainda são dominantes na indústria da música. Mas a Internet é a nova possibilidade pros artistas emergentes. Só que ela também trouxe novos problemas. Existe um excesso de informação. O mundo virtual muda muito rápido e você precisa de mais tempo. É por isto que eu digo: pense duas vezes antes de entrar nesse jogo, se entrar, faça um plano. Se você não tiver entre os melhores, dificilmente vai ter espaço.
Entrevista Por Jaqueline Fernandes, Griô Produções
Um comentário:
E isso mesmo Dom-L ,quem quer corre atrás, quem não quer fica pra trás,
Wesley Nascimento Designer Fortal.
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